Convidado por Putin, Lula indica ‘intenção’ de visitar Rússia em comemoração do fim da 2ª Guerra

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por telefone, na manhã desta segunda-feira (27), com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, para “tratar de temas da agenda global e bilateral”.

De acordo com o Palácio do Planalto, Putin convidou Lula para as comemorações dos 80 anos do “Dia da Vitória”, em 9 de maio, que celebra a vitória das tropas soviéticas sobre o exército da Alemanha Nazista na Segunda Guerra Mundial, em 1945.

O petista “indicou a intenção” de comparecer e o líder russo “demonstrou satisfação com a perspectiva de receber o presidente brasileiro”. Na ligação, os dois chefes de Estado também falaram sobre a guerra na Ucrânia, iniciada com uma invasão russa ao território ucraniano em fevereiro de 2022.

Lula reafirmou o “compromisso do Brasil com a promoção da paz” e ouvir os agradecimentos de Putin pela criação do Grupo de Amigos da Paz, lançado pelo Brasil e pela China na ONU em setembro do ano ado, visando negociar um fim para o conflito.

 A iniciativa, porém, ainda não avançou e não recebeu adesão de potências ocidentais, além de ter a oposição do governo ucraniano.

Outro tema abordado no telefonema, de acordo com a Presidência da República, foi a presidência brasileira do Brics, bloco econômico fundado pelos dois países ao lado de China, Índia e África do Sul. No ano ado, o grupo recebeu a adesão de mais seis membros plenos.

Neste ano, o Brasil exerce a presidência do bloco e irá sediar a Cúpula de Líderes, que acontece em julho, no Rio de Janeiro. Ainda não há previsão de Putin comparecer, visto que teve um mandado de prisão decretado pelo Tribunal Penal Internacional, do qual o Brasil é signatário.

Lula, no entanto, já indicou que o líder russo não seria preso caso pisasse em território brasileiro. “Putin expressou apoio à presidência brasileira do BRICS e indicou disposição de seguir trabalhando no avanço de iniciativas em favor da facilitação do comércio e dos investimentos entre os membros e em outras áreas”, diz o Planalto.

Uma das discussões em voga nos encontros do bloco é uma gradual redução do uso do dólar como principal moeda usada no comércio entre os países.