FALTA DE REGULAÇÃO

Mudança na política de moderação da Meta liberou conteúdos criminosos no Brasil, indica agência

Agência de checagem Aos Fatos constatou que a mudança na política de checagem da Meta ou a permitir a publicação de conteúdos criminosos

Por Lara Alves
Atualizado em 22 de janeiro de 2025 | 17:57

BRASÍLIA — O fim da política de checagem de fatos da Meta no último dia 7 não impacta apenas usuários nos Estados Unidos, como indicou a big tech, mas afeta a moderação de conteúdo no Brasil, segundo constatou a agência Aos Fatos.

Nesta quarta-feira (22), a diretora da agência, Tai Nalon, afirmou que as redes da Meta aram a permitir a publicação de conteúdos antes vetados — e criminosos pela legislação brasileira — com a redução dos filtros de moderação. 

“Aos Fatos revelou que a nova política de moderação de conteúdo da Meta já em vigor no Brasil ou a permitir conteúdos considerados criminosos, como expressões de supremacia racial e preconceito religioso”, disse.

“Frases como 'os brancos são os melhores' e 'eu odeio os negros' estão autorizadas a circular no Instagram e no Facebook no Brasil e no mundo”, completou. 

A declaração ocorreu durante uma audiência da Advocacia-Geral da União (AGU), nesta quarta-feira, que mira a recente mudança na política de moderação de conteúdos nas redes da Meta.

No início do mês, o CEO do grupo, Mark Zuckerberg, informou o fim do programa de checagem de fatos em um cenário de acenos à gestão Donald Trump nos Estados Unidos. 

A Meta optou por dispensar as agências de checagem e decidiu substituir o modelo pelo formato de notas da comunidade — ao invés de profissionais checarem as informações, os próprios usuários é que serão responsáveis por inserir comentários sobre as publicações, indicando se elas são verdadeiras ou mentirosas; tudo a partir dos critérios individuais desses usuários. 

O anúncio repercutiu no Brasil, e a Advocacia-Geral da União exigiu que a Meta prestasse explicações sobre o fim da política de checagem e manifestou a posição contrária do governo à mudança, indicando que as alterações promovidas pela big tech não estão adequadas à legislação brasileira.

A principal preocupação, segundo o ministro Jorge Messias, é que as redes amplifiquem o ambiente para prática de crimes como injúria racial e assédio.