BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta quinta-feira (7) com a equipe econômica do governo e ministros para discutir o pacote de corte de gastos. Participaram do encontro os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Camilo Santana (Educação), Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento), Esther Dweck (Gestão), Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação), Nísia Trindade (Saúde) e Luiz Marinho (Trabalho).

Os trabalhos duraram o dia todo, mas acabaram sem anúncio das medidas, que são aguardadas principalmente pelo mercado financeiro. O Palácio do Planalto informou que o encontro continua nesta sexta-feira (8). 

As propostas encontram resistência nos ministérios afetados. Entre as possibilidades discutidas estão cortes em benefícios sociais e trabalhistas, como seguro-desemprego, abono salarial e no BPC (Benefício de Prestação Continuada), que é pago a idosos de baixa renda e deficientes. 

Na quarta-feira (6), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou a jornalistas que o que foi apresentado ao presidente Lula é consistente com a tese de reforçar o arcabouço fiscal e disse ainda que os ministros estão conscientes da necessidade das medidas. 

“Os ministros todos estão muito conscientes da tarefa que temos pela frente, de reforço do arcabouço fiscal, da previsibilidade e da sustentabilidade das finanças a longo prazo. A partir dessa devolutiva, o presidente encaminha para o Congresso”, declarou. 

Além disso, Haddad reforçou que o arcabouço tem que valor para todos os Poderes. “Há consenso entre os Parlamentares que a contribuição do Congresso é importante. As regras valham para todos os Poderes. Assim como a Lei de Responsabilidade Fiscal ou a valer para todos, o arcabouço também que valer pra todo mundo para atingir as metas estabelecidas”, destacou. 

O presidente Lula também afirmou em entrevista, na quarta-feira (6), que reduzir gastos não é só tirar Orçamento do governo e questionou se o Congresso vai aceitar reduzir emendas e se os empresários abririam mão de subsídios para equilibrar a economia.  

“Se eu fizer o corte de gastos para diminuir a capacidade de investimento do Orçamento, a pergunta que eu faço é a seguinte: o Congresso vai aceitar reduzir as emendas de deputados e senadores para contribuir com o ajuste fiscal que eu vou fazer? Porque não é só tirar do Orçamento do governo”, apontou.