O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD) nomeou, nesta terça-feira (27), o ex-secretário de governo, Josué Valadão, para assumir interinamente a secretaria de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania.
Conforme antecipado por O Tempo, Rosilene Rocha pediu exoneração do cargo após a prefeitura ceder à pressão de deputados e vereadores de direita e remover a identidade visual do Centro de Referência LGBT+, localizado no Centro da capital. Alvo de críticas desde o início do mês por conta das cores do arco-íris e da frase "Bem-vindes" na entrada do local, Rosilene teria ficado insatisfeita com a conduta da PBH de ter trocado a plotagem do equipamento público depois que parlamentares criticaram a ação.
A saída da gestora não teria nenhuma relação com o lançamento da pré-candidatura de Fuad Noman à reeleição. Segundo interlocutores, Rosilene estava disposta a continuar na prefeitura pelo menos até o começo da campanha eleitoral. A gestora foi indicada à istração municipal pelo grupo liderado por Patrus Ananias (PT).
De acordo com aliados, foi apenas uma coincidência sua saída ter acontecido no mesmo dia que Fuad anunciou sua pré-candidatura. Fontes próximas a ex-secretaria garantem que seu pedido de exoneração não tem relação com o fato do PT também possuir um pré-candidato no pleito municipal.
Procurada nessa segunda-feira (26), a istração municipal não informou o motivo da saída da secretária.
Josué Valadão.
Na prefeitura desde 2009, ainda durante a gestão do ex-prefeito Marcio Lacerda, Josué Valadão estava atuando recentemente nas regionais, como consultor técnico no gabinete do prefeito. Ele assumiu o posto desde que saiu da secretaria de governo em agosto do ano ado.
Sua saída da pasta se deu após diversos embates com o presidente da Câmara, Gabriel Azevedo (sem partido), e reforçou à época o alinhamento do grupo de vereadores de BH, conhecidos como "Família Aro", com a prefeitura já que Castellar Modesto Guimarães Neto, primo do secretário de Estado da Casa Civil, Marcelo Aro, foi nomeado como titular da pasta.
Conforme publicado por O Tempo, a mudança aconteceu em meio a rumores de uma possível articulação na Câmara para um pedido de impeachment de Fuad Noman. O presidente, Gabriel Azevedo, negou na época a existência de qualquer procedimento contra o prefeito na Casa, mas segundo interlocutores do Executivo, a mudança tinha como objetivo "frear" um possível movimento contra Fuad no legislativo.
Atualmente, o grupo de Marcelo Aro tem o comando de quatro das 16 secretárias na prefeitura: Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Educação e Secretária de Governo.