Em aceno à base do governo Romeu Zema (Novo), o secretário de Governo, Gustavo Valadares (PMN), até então líder na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), defendeu, nesta terça-feira (11/7), que cabe ao Palácio Tiradentes fazer gestos aos deputados estaduais. Desde o início do mandato, o governo enfrenta dificuldades para mobilizar a base, que tem 57 dos 77 parlamentares da Casa, a seu favor.
De acordo com Valadares, como foi deputado por seis mandatos, sabe “onde o calo dói”, mas políticas são gestos. “Das questões (mais importantes), senão a mais importante da política, são os gestos que o governo pode dar aos deputados. Não diria que (o problema) seria a questão de cargos ou emendas. Tudo isso é muito importante também. Mas gestos, mostrar a importância e a valorização da classe política é algo muito importante”, reiterou.
Em seguida, o novo secretário de Governo até ponderou que “não é que o governo não pratique” gestos, mas que há espaços para melhorias. “Valorizar a classe política, entender a importância da ALMG, dos deputados da situação e dos deputados de oposição, entender e respeitar posições divergentes, tentar, através desta divergência de opiniões, construir o consenso ou algo próximo do consenso”, exemplificou Valadares.
Na última semana, o deputado Sargento Rodrigues (PL) quase impôs uma derrota ao governo Zema ao tentar emplacar uma emenda para autorizar um reajuste salarial de 12,84% para as forças de segurança pública. Dos 57 deputados dos dois blocos de sustentação ao governo, apenas 34 votaram para derrubar a emenda. Por outro lado, onze votaram a favor e outros 11 sequer estiveram presentes para votar.
Além disso, os 57 deputados não têm sido suficientes para barrar a obstrução do bloco de oposição a pautas caras ao governo, como, por exemplo, o pré-requisito para a adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal. Às vésperas do prazo para ser aprovado, a estratégia da oposição travou a discussão e a votação do Projeto de Lei (PL) 767/2023, o que levou a troca de acusações de lado a lado.
Ao se reunir com os deputados na última terça (4/7), o vice-governador Mateus Simões (Novo) chegou a afirmar que, ao conversar sobre a estratégia da articulação política para o 2º semestre, todos os deputados concordaram que, “com uma base de 57 deputados, não motivo para a gente ter desgaste do tamanho que tivemos na semana ada, todos eles (parlamentares) com o compromisso reafirmado de estar caminhando junto com a gente”.