BRASÍLIA — A Câmara dos Deputados marcou para o primeiro dia de fevereiro a votação para eleger seu próximo presidente, e o nome do líder do Republicanos, Hugo Motta (PB), é favoritíssimo para substituir Arthur Lira (PP-AL) na liderança do plenário. A sessão marcada nesta sexta-feira (10) acontecerá no dia 1º às 16h. Antes, às 10h, o Senado Federal elegerá seu presidente, e os bastidores apontam para uma candidatura fortalecida de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) como sucessor de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) — na presidência do próprio Senado e também do Congresso Nacional.
A era Arthur Lira na Câmara está prestes a acabar, e o plenário se debruçará sobre os três candidatos que concorrem ao cargo para decidir o futuro e as novas direções da Casa Legislativa pelo próximo biênio. Eleito para dois mandatos consecutivos, Lira não pôde concorrer à reeleição e seu indicado é Hugo Motta, que reúne em torno de si os apoios de 12 bancadas partidária. Os deputados devem elegê-lo com uma margem folgada de votos. Contra ele devem concorrer Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ).
A eleição também decidirá quem serão os ocupantes de outros 10 cargos. Estarão em xeque 1ª vice-presidência, 2ª vice-presidência, 1ª secretaria, 2ª secretaria, 3ª secretaria e 4ª secretaria. Deputados também elegerão quatro suplentes, que substituirão os secretários quando necessário.
Há seis anos, Davi Alcolumbre era eleito presidente do Senado Federal. À época ele colecionou 42 votos, suficientes para derrotar Esperidião Amin (PP-SC), Angelo Coronel (PSD-BA), Reguffe (Sem partido-DF) e Fernando Collor (PROS-AL) — em uma primeira votação que acabou anulada, ele também derrotou Renan Calheiros (MDB-AL). Os três parlamentares que permanecem com mandato — Amin, Coronel e Calheiros — vão apoiá-lo nesta eleição.
A três meses da votação, Alcolumbre já reunia manifestações públicas de apoio de oito dos 12 partidos que compõem o Senado. O PSD, detentor da maior bancada com 15 senadores eleitos, retirou a candidatura própria em prol de Alcolumbre. Também estarão com ele na votação:
O cenário indica que Alcolumbre pode entrar no rol dos presidentes do Senado Federal que obtiveram votações mais expressivas, colocando-o ao lado de nomes como Mauro Benevides (PMDB-CE), que recebeu 76 dos 81 votos em 1991, José Sarney (PMDB-AP), eleito quatro vezes para o cargo, e em uma delas também com 76 votos, e Renan Calheiros (PMDB), que recebeu 72 votos em 2005.