Com a campanha eleitoral caminhando para a reta final, a vinda do presidente Lula (PT) para a desejada agenda com Rogério Correia, candidato do partido à Prefeitura de Belo Horizonte, não deve ocorrer. O presidente fica nos Estados Unidos até a próxima quarta-feira (25 de setembro) e a legislação eleitoral permite comícios só até a quinta-feira (3 de outubro) da próxima semana.
Durante a campanha, Rogério Correia apostou as fichas, por diversas vezes, nesse “grande evento” com o presidente em uma praça pública na tentativa de angariar votos pelo fato de Lula ser um dos cabos eleitorais mais importantes no atual pleito. Caso opte por uma agenda “mais simples”, Rogério Correia tem a opção, pelo calendário eleitoral, de realizar até o sábado anterior à eleição (5 de outubro), caminhada, carreata ou eata, acompanhados ou não por carro de som ou minitrio.
Uma fonte ligada ao partido disse à reportagem, sob condição de anonimato, que a vinda do presidente é praticamente inviável. Internamente, alguns correligionários já têm usado um discurso para minimizar a ausência do presidente. “Se um evento com Lula fosse tão importante, Kalil tinha sido governador. O erro da campanha foi se apegar demais a um padrinho”, disse um interlocutor ao lembrar das agendas do então candidato ao governo de Minas ao lado do petista.
Uma pessoa com mandato, filiada ao partido, disse que uma agenda de Lula em Belo Horizonte ajudaria muito, mas “não seria decisiva na campanha”. “É um grande cabo eleitoral, a vinda cria um evento, mobilização, energiza, mas isso por si só não é suficiente para dizer que a gente vence a eleição”, declarou.
No Partido dos Trabalhadores, há quem acredite, ainda, que o motivo de o presidente não acenar com agendas na capital mineira e por outros pontos, como não se indispor com o PSD, partido de Fuad Noman e também de Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso, para não abalar a relação entre o Executivo e o Legislativo nacional. Há quem aposte, também, que o fato da candidatura de Rogério Correia “não decolar” fez com que o presidente optasse por não vir a Belo Horizonte. A última pesquisa DATATEMPO (TRE-MG 04866/2024) apontou Rogério Correia na sexta colocação de intenção de voto na capital mineira, com 5,6%, empatado tecnicamente com Duda Salabert (PDT) e Carlos Viana (Podemos), ambos acima dele numericamente, e com Gabriel Azevedo (MDB), logo atrás.
Um parlamentar do partido considerou que a possível ausência de Lula não altera muito porque as pessoas já sabem que Correia é o candidato do presidente e do partido do presidente. “Isso já está muito forte”, ponderou. A direção municipal do PT considera que a não vinda de Lula impacta mais na militância, que esperava ver o presidente na capital mineira.
Procurada, a equipe de Rogério Correia afirmou que não há nada a ser comentado, já que o candidato ainda não recebeu essa negativa por parte da Presidência. Durante sabatina na FM O TEMPO, no início do mês, Rogério Correia afirmou que tinha sugerido ao presidente um comício no último dia 14, o que não se concretizou. O Planalto também foi procurado pela reportagem, mas ainda não se manifestou.