Um possível novo adiamento do prazo para a volta do pagamento da dívida de Minas Gerais com a União, avaliada em mais de R$ 160 bilhões, depende da concordância do governo federal. Secretário de Governo do governador Zema, Gustavo Valadares, pediu a contribuição do governo federal e revelou que tem tido dificuldades de se comunicar com a Advocacia Geral da União (AGU), durante conversa com o Café com Política, da FM O TEMPO 91,7.
“A gente vem tentando conversar com o governo federal para pedir que o governo federal, através da Advocacia Geral da União, possa conosco o pedido de prorrogação desse prazo no Supremo. O governo federal tem sido um pouquinho contraditório, porque conosco tem se mostrado favorável a essa dilação, mas nós temos tentado manter contato com a AGU desde então e não temos tido retorno”, revelou.
A expectativa do governo do Estado é conseguir adiar em mais 90 dias o prazo, a fim de dar tempo para que a proposta elaborada pelo presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD), tramite em Brasília e chegue à Assembleia Legislativa de Minas Gerais para ser votada. Caso contrário, a alternativa seria votar, rapidamente, o Regime de Recuperação Fiscal, que não é bem visto por parte dos deputados estaduais e pelos servidores públicos.
“A gente tem tido mais cautela quando da definição de alguns investimentos, esperando o que vai acontecer nos próximos dez dias. Eu não quero acreditar que o governo federal está querendo jogar com o quanto pior melhor para Minas, até porque o presidente Lula tem responsabilidade e sabe entender a complexidade que isso traria e os problemas que isso traria a todos os mineiros. Ele sempre diz que tem uma dívida de gratidão aos mineiros”, afirmou.
Entrevista concedida aos jornalistas Guilherme Ibraim e Thalita Marinho