PAPEL IMPORTANTE

Vice-prefeito eleito, Damião deve participar das articulações entre prefeitura e Câmara

Negociação entre Executivo e Legislativo não será, no entanto, o foco de Damião, especialmente para não se criar rusgas entre ele e o secretário de Governo

Por Lucas Negrisoli
Publicado em 07 de novembro de 2024 | 16:52

Vice-prefeito eleito e atual vereador de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil) deve fazer parte da articulação entre a Câmara Municipal e a Prefeitura de Belo Horizonte, mesmo que, oficialmente, em segundo plano. Os primeiros os já foram dados por Damião nesse sentido – foi ele quem entregou a Gabriel Azevedo (MDB), presidente da Câmara, o texto da reforma istrativa pretendida por Fuad Noman (PSD) e também participou de reuniões entre vereadores e o prefeito, como o encontro com a bancada do PT na última segunda-feira.

Damião também foi quem intermediou o contato com vereadores que participaram de uma reunião convocada pelo chefe da Casa Civil de Romeu Zema (Novo), Marcelo Aro, e líder do grupo político Família Aro, que lançou o nome de Juliano Lopes (Podemos) à Presidência da Câmara. A eleição da Mesa Diretora acontece em janeiro.

Segundo informações de um vereador, na terça-feira ada – um dia após o encontro promovido pelo secretário de Zema –, pelo menos quatro parlamentares foram ados pelo futuro vice-prefeito: dois de partidos que apoiaram Fuad no segundo turno, e os eleitos Leonardo Ângelo (Cidadania), e Osvaldo Lopes (Republicanos).

Fontes próximas a Fuad, contudo, garantem que a articulação com o Legislativo será centralizada na Secretaria de Governo. Damião deve assumir o comando da Coordenadoria de Vilas e Favelas, que pode ser criada a partir de 2025.

Um interlocutor afirmou que o papel de negociação entre o Executivo e o Legislativo não será o foco de Damião, especialmente para não se criar rusgas entre o secretário de Governo – papel hoje exercido por Anselmo Domingos – e a vice-prefeitura. O nome de quem vai assumir a pasta na nova gestão de Fuad ainda não foi definido.

Apesar disso, é itido, nos bastidores da prefeitura, que Damião seria um possível aliado da Secretaria de Governo, principalmente pelo papel dele no distensionamento da relação entre o presidente da Câmara, Gabriel Azevedo (MDB), e Fuad, que escalou a partir do ano ado. “Pelo histórico dele como vereador, certamente ele vai ter alguma influência, mas esse papel de coordenação política é da Secretaria de Governo. Contudo, Damião vai ter um papel nisso”, avalia um interlocutor do Executivo à reportagem. “Mas se Damião ar a exercer isso com protagonismo, o secretário ficará relegado a um segundo plano, o que não é esperado”, ressalta.

A coordenadoria de Vilas e Favelas será ligada à Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel) e deve ser uma estrutura com destaque no governo de Fuad, conforme afirmam interlocutores da gestão do prefeito reeleito. Apesar disso, inicialmente, havia um desenho do secretariado que destinava as funções da coordenadoria a uma secretaria específica, o que não avançou nas discussões sobre a estrutura do próximo governo.

A reportagem tentou contato com Álvaro Damião por três dias, por telefone e mensagens, mas não foi respondida até o fechamento desta edição.