Cientistas da Universidade de Bath identificaram que o tamanho relativo do cérebro e a complexidade do sistema imunológico são fatores determinantes para a longevidade dos mamíferos. A pesquisa foi divulgada nesta terça-feira (3) na revista Scientific Reports. O estudo ajuda a explicar por que gatos domésticos têm vida mais longa que cães.

A investigação analisou o potencial máximo de vida de 46 espécies de mamíferos, buscando compreender as diferenças na expectativa de vida entre elas. Os pesquisadores mapearam genes compartilhados entre as espécies e identificaram padrões genéticos associados à longevidade.

Os resultados mostraram que animais com maior quantidade de genes relacionados ao sistema imunológico tendem a viver mais tempo. Esta característica sugere que a robustez imunológica desempenha papel fundamental na determinação da expectativa de vida dos mamíferos.

A equipe britânica examinou detalhadamente o material genético das espécies selecionadas, que incluíram desde pequenos roedores até grandes mamíferos marinhos, permitindo comparações abrangentes entre animais com diferentes características físicas.

Os dados revelaram que mamíferos com cérebros proporcionalmente maiores tendem a viver mais. Felinos domésticos alcançam em média 17 anos de vida, enquanto cães vivem cerca de 12 anos. Animais marinhos como golfinhos podem chegar a 39 anos, e baleias alcançam até 100 anos. Em contraste, ratos, que possuem cérebros menores, vivem apenas um ou dois anos.

O estudo também identificou exceções notáveis, como o rato-toupeira-pelado, que apesar do cérebro pequeno, pode viver até 20 anos.

"Nosso estudo destaca o papel surpreendente do sistema imunológico, não apenas no combate a doenças, mas também no apoio a uma vida mais longa ao longo da evolução dos mamíferos", afirmou Benjamin Padilla-Morales, primeiro autor do estudo, ao site Technology Networks.

Os cientistas ainda não determinaram exatamente como esses fatores interagem para definir a longevidade específica de cada espécie, mas identificaram que mudanças genômicas amplas parecem ser fundamentais nesse processo.

Por meio do Technology Networks, a equipe de pesquisa informou que planeja aprofundar a investigação sobre genes relacionados ao câncer que foram destacados no estudo. O objetivo é compreender melhor a relação entre esses genes e a expectativa de vida, buscando explicar a variação na longevidade entre diferentes espécies.

Os pesquisadores acreditam que suas descobertas podem contribuir para uma melhor compreensão dos mecanismos biológicos que determinam a longevidade em mamíferos de forma geral.