Autoridades de imigração dos Estados Unidos estão armazenando perfis genéticos de crianças migrantes em um banco de dados criminal federal, o CODIS (Combined DNA Index System), gerenciado pelo FBI. Desde 2020, mais de 1,5 milhão de perfis foram inseridos — entre eles, mais de 133 mil pertencem a menores de idade.

Crianças de até 4 anos estão entre os casos

Embora a política do Departamento de Segurança Interna (DHS) estabeleça que o DNA só deve ser coletado de pessoas com 14 anos ou mais, documentos oficiais revelam que agentes da Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) têm coletado amostras de crianças ainda mais jovens. Em El Paso, Texas, foi registrado o envio de DNA de uma criança de apenas 4 anos ao FBI.

Especialistas alertam para riscos à privacidade

Stephanie Glaberson, diretora de pesquisa do Centro de Privacidade e Tecnologia da Universidade de Georgetown, alertou que o caso exemplifica a gravidade do programa de vigilância genética. Segundo ela, incluir o DNA de uma criança no banco criminal evidencia uma violação séria dos direitos civis.

Governo defende prática como forma de controle migratório

O CBP alega que a coleta de DNA serve para identificar quem entra nos EUA e prevenir crimes como o tráfico de pessoas. No entanto, críticos afirmam que a medida representa uma ampliação perigosa da vigilância estatal sobre migrantes, especialmente sobre menores que não cometeram crimes.

Debate ético e legal

A inclusão de perfis genéticos de crianças no CODIS levanta questionamentos sobre o tratamento de migrantes como potenciais criminosos. Organizações de direitos civis cobram maior transparência, limites legais claros e fiscalização rigorosa sobre o uso de dados biométricos pelas autoridades.

Com informações do Gizmodo, Wired e The Guardian.