O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alfinetou, nesta terça-feira (9), Elon Musk. Sem citar diretamente o empresário, o petista disse que “tem bilionário tentando fazer foguete” para explorar outros planetas, mas que ele “vai ter que aprender a viver aqui”. Desde o fim de semana, o nome do bilionário ganhou manchetes após ele fazer críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
"Tem até bilionário tentando fazer foguete, tentando fazer viagem para ver se encontra algum espaço lá fora, não tem. Ele vai ter que aprender a viver aqui [na Terra] e vai ter que usar muito do dinheiro que ele tem, para ajudar a preservar isso aqui. A melhorar a vida das pessoas", declarou Lula sem mencionar nominalmente o dono da SpaceX e da rede social X (antigo Twitter).
A declaração ocorreu no Palácio do Planalto durante o lançamento da parceria do governo federal com municípios de seis Estados para o combate ao desmatamento e a incêndios florestais na Amazônia. Na oportunidade, Lula falava sobre a importância de combater o negacionismo ambiental relacionado às mudanças climáticas.
“Hoje temos gente que acredita que as queimadas e o desmatamento não prejudicam o planeta Terra. E muita gente não leva a sério o que significa a manutenção da floresta para a manutenção da qualidade de vida nessa casa enorme, que é o planeta”, declarou o petista que, na sequência, fez a crítica indireta ao Elon Musk.
O bilionário subiu o tom contra Alexandre de Moraes no último sábado (6), afirmando que ele estava colocando em risco a liberdade de expressão no país ao pedir o bloqueio de perfis no X. Na madrugada desta terça-feira (9), Musk continuou com as críticas e escreveu que o ministro do STF é um “ditador brutal” que tem na “coleira” o presidente Lula.
As postagens do bilionário geraram forte repercussão no mundo político. Ministros do governo Lula e o presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), cobraram a regulação das redes sociais no Brasil. Em outra ponta, Alexandre de Moraes incluiu o nome do empresário no inquérito das milícias digitais e ainda autorizou a abertura de outro inquérito para investigar Musk por obstrução de justiça.
Governo vai destinar R$ 730 milhões para proteção da Amazônia h4v4t
Lula e a ministra do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas, Marina Silva, lançaram nesta terça-feira (9) o programa "União com Municípios pela Redução do Desmatamento e Incêndios Florestais" no Palácio do Planalto, na presença de prefeitos e lideranças regionais.
A iniciativa deve receber R$ 600 milhões do Fundo Amazônia, e mais R$ 130 milhões do Floresta+, parceria entre o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Ministério do Meio Ambiente. De acordo com o governo, esse total de R$ 730 milhões deve ser investido até 2027 nas cidades que aderirem à parceria.
Até o momento, segundo o Palácio do Planalto, 53 dos 70 municípios prioritários já aderiram à iniciativa. Os demais 17 podem o termo de adesão ao programa até o próximo dia 30 de abril. Essas 70 cidades são responsáveis por 78% do desmatamento na Amazônia.
Apenas por ingressar no programa, cada cidade receberá R$ 500 mil em equipamentos e serviços “para a estruturação de escritórios de governança que melhorem a gestão ambiental, a cooperação entre governos municipais e federal e o monitoramento do desmatamento”.
Os recursos serão reados seguindo a lógica de “pagamento por performance”. Na prática, os municípios devem apresentar resultados. “Quanto maior a redução anual do desmatamento e da degradação, maior o investimento. O parâmetro será o sistema de monitoramento Prodes, do Inpe”, explicou o Ministério de Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas, por meio de nota.
As linhas de ação do programa serão:
- Regularização ambiental e fundiária;
- Assistência técnica e extensão rural sustentável;
- Recuperação produtiva da vegetação nativa;
- Apoio à implementação de brigada municipais de combate ao incêndio;
- Pagamento por serviços ambientais para agricultores familiares e assentados da reforma agrária.
A ministra Marina Silva destacou que, para além de defender a preservação ambiental, é preciso que o governo federal, em interlocução com as lideranças locais, aponte os caminhos para combater o desmatamento e o incêndio florestal.
“Esse plano é para que se cumpra a nossa vontade de que a Amazônia seja preservada, sem que isso signifique manter a população em estado de penúria social, ambiental e na saúde”, afirmou Marina Silva. A ministra disse ainda que o montante de R$ 730 milhões é "apenas o começo".
“Tudo isso nós vamos fazer em parceria com os senhores [prefeitos e prefeitas] porque é algo grande demais, como preservar (...). Não é algo que se faz sozinho. Por mais que o presidente Lula tenha dado o comando de desenvolvimento e preservação, é algo que se faz com prefeitos, vereadores, sociedade, academia. É fruto de ação de todos”, completou.
Em seu discurso, o presidente repetiu o compromisso de atingir o desmatamento ilegal zero até 2030. “Nós não queremos fugir do assunto. Nós temos um compromisso, assumido por conta e risco nosso, de que até 2030 a gente vai anunciar ao mundo desmatamento zero neste país. E nós queremos transformar isso num compromisso do povo brasileiro", afirmou.
O petista destacou ainda que a proteção e preservação da floresta não é um problema do governo, mas sim do Estado brasileiro. Ele exaltou o programa e lembrou a importância do governo federal criar mecanismos, para incentivar e recompensar as cidades, para que elas façam proteção ambiental e fundiária, sem que isso gere obstáculos para o desenvolvimento social e econômico dessas localidades.