A Justiça do Rio de Janeiro concedeu habeas corpus ao cantor Marlon Brendon Coelho Couto, conhecido como MC Poze do Rodo, revogando sua prisão temporária. A informação foi confirmada na noite desta segunda-feira (2) pela esposa do MC, Viviane Noronha, em postagem nas redes sociais. 

Segundo o g1, a decisão foi tomada pelo desembargador Peterson Barroso, da Primeira Vara Criminal de Jacarepaguá, que não identificou necessidade da detenção para o andamento das investigações.

Até o final da noite desta segunda, o artista ainda permanecia no presídio de Bangu 3, no Complexo de Gericinó, pois a Secretaria de istração Penitenciária ainda não havia sido notificada oficialmente sobre a decisão judicial. 

Poze foi detido na última quinta-feira (29) pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Civil em sua residência no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio. A prisão ocorreu em meio a investigações sobre suposta apologia ao crime e possível envolvimento com o tráfico de drogas.

A DRE iniciou as apurações após a circulação de vídeos que mostravam uma apresentação do artista em um baile funk na Cidade de Deus, também na Zona Oeste carioca. Os agentes policiais foram mobilizados após a repercussão das imagens que mostravam criminosos assistindo ao show enquanto exibiam armamentos pesados.

Durante a apresentação, o cantor teria entoado músicas que, conforme as investigações, exaltavam o Comando Vermelho (CV). O evento musical aconteceu dias antes da morte do policial civil José Antônio Lourenço, integrante da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), durante operação policial na mesma comunidade.

As investigações policiais apontam que não foi a primeira vez que o MC se apresentou em eventos com presença de traficantes armados. Em 2020, situação semelhante foi documentada durante uma apresentação do artista na comunidade do Jacaré.

Ao ingressar no sistema penitenciário fluminense, Poze preencheu uma ficha com informações básicas. No campo "ideologia declarada", que indica a facção à qual o detento diz pertencer, o cantor marcou a opção Comando Vermelho. Esta declaração faz parte do protocolo de segurança do sistema prisional do Rio, que separa detentos de facções rivais para evitar conflitos internos.