CINEMA

Atriz Marisa Orth ganha homenagem em festival mineiro

Mostra de Cinema de Ouro Preto chega à 20ª edição reverenciando o humor das mulheres


Atualizado em 30 de maio de 2025 | 16:20

Marisa Orth é a homenageada da 20ª edição da Mostra de Cinema de Ouro Preto (CineOP), que será realizada de 25 a 30 de junho. A distinção ocorre  em uma edição na qual a temática histórica é o humor das mulheres diante e atrás das câmeras no cinema e no audiovisual brasileiros.

De acordo com a curadoria do festival, formada por Cleber Eduardo e Juliana Gusman, "nesse segmento cultural, a atriz está entre os principais e mais polivalentes talentos de nossas expressões cênicas. Do cômico ao dramático, Marisa interpreta músicas em shows e personagens em musicais, atua em novelas, programas seriados, dublagens para animações, filmes, peças de teatro e, até mesmo, como sex symbol, alcunha cravada em um ensaio fotográfico de corpo nu, em 1997, realizando o sonho de ter sido a garota do pôster". 

Lembrada especialmente pela personagem "Magda", do  programa humorístico "Sai de Baixo", da TV Globo, apresentado entre 1996 e 2002, ela também viveu a ambiciosa e emergente Nicinha, na novela "A Rainha da Sucata" (1990), que lhe rendeu Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de Atriz Revelação em televisão,

O ingresso na Rede Globo, em um momento de baixa de produção e de prestígio do cinema brasileiro, talvez a tenha afastado das telas maiores, ao menos em frequência e protagonismo. Seu único papel central foi em "Doces Poderes", de Lúcia Murat, em 1997. Fora de um regime de humor, Maria vive uma jornalista às voltas com investigações políticas em Brasília. Mesmo sem protagonismo, são também importantes suas presenças em "Durval Discos", de Anna Muylaert, em 2002, em "Os Normais", o filme derivado da série homônima, em 2003, e em "Como Fazer um Filme de Amor" (2004), de José Roberto Torero.

A segunda metade dos anos 90 e a primeira década dos anos 2000 foram seus melhores anos no cinema. Marisa voltou a ser dirigida por Lúcia Murat em "Maré, nossa História de Amor", em 2008, como uma professora de dança (uma de suas formações), e por Anna Muylaert em "É Proibido Fumar", em 2009. Em 2019, voltou ao papel de Magda para a versão cinematográfica do seriado, dirigida por outra mulher, Cris D’Amato.

Na música, além do trabalho com a banda Luni, nos anos 80, esteve à frente da banda Vexame, entre 1989 e 1998, depois com algumas reaparições nos anos seguintes, com repertório de música brega, interpretadas de modo exagerado, excessivo e burlesco.