Convidada do seminário “Conexões Profissionais: O Futuro do Trabalho entre Gerações”, realizado no dia 20 de maio, no Teatro Feluma, Letícia Oliveira, gerente de cultura, diversidade e inclusão e saúde mental da Anglo American, participou do “Saúde mental é dever: como empresas estão transformando cuidado em prática”.

Para ela, inclusão e bem-estar devem caminhar juntos para que se tenha um ambiente de trabalho saudável entre lideranças e colaboradores. Estar atento aos sinais dados justamente pelos liderados é fundamental para identificar possíveis falhas na saúde emocional. Ela também defende a formação de líderes com foco em saúde mental e gestão de pessoas.

Minientrevista

  • Quais foram seus maiores aprendizados ao liderar equipes em diferentes culturas?

Demanda um treino de empatia e escuta, além de habilidade para ler o cenário e se reposicionar, o que é extremamente útil para lidar com contextos complexos. Outro ponto importante da minha experiência foi aprender sobre o meu estilo de liderança, que é um aprendizado contínuo até hoje, já que liderar é, muitas vezes, sobre adaptar sua abordagem, ser flexível e valorizar a diversidade de perspectivas para obter os melhores resultados.

  • Que práticas você considera essenciais para promover um ambiente de trabalho verdadeiramente inclusivo e saudável?

É importante construir uma cultura que o sustente. E cultura se constrói com a combinação de diversos fatores. Primeiro, inclusão e bem-estar precisam estar em coerência com os valores organizacionais e ser parte da estratégia, como um objetivo comum estabelecido de forma clara. Depois, precisam estar refletidas nas políticas e normas internas, construídas nos programas de desenvolvimento das lideranças e equipes e repetidas nos rituais, nas práticas, na comunicação, até a rotina, até o dia a dia.

  • Quais são os sinais de que uma organização está falhando em cuidar da saúde emocional dos colaboradores?

Os sintomas podem aparecer em dados como o aumento de afastamentos, mas também na normalização ou banalização do sofrimento psíquico; no baixo índice de engajamento; em lideranças tóxicas, autoritárias, abusivas ou omissas; e em um ambiente inseguro, em que impera a cultura do medo, repressão ou falta de apoio.