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Menor desemprego pode estar ligado à busca por mão de obra e mais microempresas, dizem especialistas
O número de empregos formais cresceu no país, segundo dados do IBGE
O Brasil registrou, no trimestre encerrado em abril, a menor taxa de desemprego para o período desde 2012. De acordo com Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice ficou em 6,6%. Para especialistas em mercado de trabalho, esse resultado pode estar relacionado à busca por mão de obra em setores em expansão e também ao crescimento de empresas.
Na visão do professor de Ciências Contábeis da faculdade Estácio BH, Haroldo Andrade Junior, o Brasil a por uma certa estabilidade econômica, principalmente se comparado com conflitos externos, e isso influencia na confiança das empresas para contratar e investir no país. Além disso, apesar de estar em um patamar alto, o dólar tem sofrido pequenas variações, o que também é um indicativo de estabilidade.
“Não é o melhor cenário, com o dólar no patamar atual, a gente sabe que encarece os produtos no mercado interno, tanto é que a gente está vendo aí que a cesta básica está mais cara. Mas a economia vem de certa forma tendo uma estabilidade, com isso, as pessoas têm mais confiança em investir”, diz Haroldo.
Outro ponto levantado pelo professor é que a estatística se refere aos meses de abril, março e fevereiro, que tiveram eventos sazonais importantes. “A gente pega Carnaval e Páscoa, ou seja, um período em que tivemos um aumento de vagas temporárias para suprir a demanda dessa época. Isso também acaba impactando a taxa de desemprego. Nós temos que acompanhar a pesquisa para ver se as vagas foram convertidas ou foi só durante o período sazonal”, pondera.
Já o Caio Prates, co-fundador da Banana Jobs, que oferece recrutamento especializado em startups e empresas de tecnologia, acrescenta que a taxa é influenciada principalmente por um recorde de emprego formal e pelo crescimento da população ocupada, no geral. Segundo ele, há uma demanda no mercado de trabalho por talentos em tecnologia, operação e vendas, puxados pelos setores de educação, infraestrutura e saúde. “As empresas estão mais conscientes da importância de formalizar para atrair talentos mais qualificados”, cita.
Segundo dados do Caged, do Ministério do Trabalho e Emprego, o Brasil terminou o mês de fevereiro com um saldo recorde de 432 mil novos brasileiros trabalhando com carteira assinada, o melhor fevereiro desde 2020. O dado mais recente, de abril, aponta um saldo positivo de 257,5 mil empregos com carteira assinada - também o melhor desempenho para o mês desde 2020.
E, conforme o IBGE, os trabalhadores com carteira assinada cresceram 0,8% no trimestre e 3,8% no ano. “O mercado de trabalho está absorvendo [mão de obra] e está seguindo forte e resiliente, mantendo a população ocupada e melhorando a qualidade, com a população com carteira de trabalho assinada sendo a única a crescer”, explica o pesquisador do IBGE William Kratochwill.
Crescimento de CNPJs foi puxado por microempresas
Entre abril de 2024 a abril de 2025, a quantidade de empresas no Brasil cresceu 4,2%, segundo o anuário IPC Maps 2025. Conforme a pesquisa, a oferta maior de vagas de emprego formal influenciou a atual configuração do perfil empresarial do país. Neste ano, o crescimento foi puxado principalmente pelas Microempresas (MEs). Enquanto isso, a abertura de MEIs se manteve estável.
Professor aponta importância da capacitação
Apesar do crescimento do número de pessoas empregadas, o volume de pessoas sem ocupação ainda é muito grande. Segundo o IBGE, essas pessoas chegam a 7,3 milhões. Haroldo Andrade Junior lembra da importância de os governos investirem em capacitação gratuita para ajudar pessoas que estão há muito tempo longe do mercado de trabalho.
"Eu vejo a questão das pessoas desalentadas, temos muitas pessoas que procuraram empregos e desistiram, esse percentual é interessante. De certa forma, poderíamos ter mais programas de qualificação para voltar para o mercado, incentivos, curso preparatório, treinamentos", pontua.