O preço dos alimentos terminou 2024 com uma alta de 8,23%, superior à inflação geral do ano, de 4,83%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O órgão divulga a variação de alguns produtos, mas não o valor de marcas específicas. Já o site de pesquisa Mercado Mineiro publicou um levantamento, nesta segunda-feira (10/02), com detalhes do preço de itens que têm pesado no carrinho dos brasileiros, como azeite e café.
A pesquisa avaliou oito supermercados em Belo Horizonte, desde os mais populares aos tradicionalmente mais gourmet, e comparou os preços de outubro de 2024 aos do início de fevereiro de 2025.
A pesquisa considerou, por exemplo, o preço de três marcas de azeite, e todas ficaram mais baratas no período. A maior queda foi a do Borges de 500 ml, cujo preço caiu de R$ 59,80 para R$ 46,45, variação de 22,3%. O Gallo ou de R$ 50,29 para R$ 48,65 (-3,3%), e o Andorinha, de R$ 52,15 para R$ 49,18 (-5,7%). Uma diminuição dos valores já era esperada neste ano, devido à estabilização das plantações na Europa, principal importadora do produto para o Brasil.
Por outro lado, a escalada do preço do café continua. O pacote de 500 g da marca 3 Corações, por exemplo, ficou 26,1% mais caro — ou de R$ 23,48 para R$ 29,61. Ainda mais acentuada foi a alta do Pilão, que foi de R$ 21,41 para R$ 28,75, variação de 34,3%.
A elevação do preço do café não se deve ao aumento de impostos ou ações diretas do governo federal — ao contrário do que é compartilhado em vídeos que viralizaram em aplicativos de mensagem. Ela ocorre devido aos períodos de estiagem prolongada em 2023 e 2024, que tiveram um impacto profundo sobre as plantações. Com a elevação do preço, marcas começam a comercializar “bebidas sabor café”, mais baratas, em vez do autêntico pó do grão.
Mercado Mineiro avalia preço do arroz, feijão e outros produtos básicos 2o716a
O custo da cesta básica em Belo Horizonte começou o ano aumentando. Em janeiro, ela chegou a R$ 754,34, alta de 0,84% em comparação ao mês anterior, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, istrativas e Contábeis (Ipead), da UFMG. A cesta considera 13 produtos, como arroz, feijão, café e algumas frutas e legumes.
O Mercado Mineiro avaliou a variação de itens básicos e descobriu que a maioria das marcas de arroz, por exemplo, ficaram mais baratas desde outubro. A queda mais acentuada foi a do Carijó de 5 kg, de 16,2% — o pacote caiu de R$ 26,90 para R$ 22,53. Por outro lado, uma das marcas de feijão carioca avaliadas, a Tryumpho, ficou 11,6% mais cara, ando de R$ 6,44 para R$ 7,19.
A diferença de preço entre supermercados é significativa, e o mesmo café, por exemplo, pode ser 25% mais caro em diferentes redes. “O consumidor não pode baixar a guarda, tem que continuar pesquisando, obviamente, e sempre ver as diferenças de preço entre os estabelecimentos para poder fazer uma economia nas ofertas”, recomenda o da pesquisa, Feliciano Abreu. Todos os itens e estabelecimentos pesquisados estão disponíveis no aplicativo comOferta.com.