Paralisação

Greve do metrô de BH continua pelas próximas duas semanas

Sindicato da categoria cobra 'canal de diálogo'; nova assembleia está marcada para acontecer em 17 de janeiro

Por Vitor Fórneas
Publicado em 28 de dezembro de 2021 | 16:09

A greve do metrô de Belo Horizonte está mantida pelas próximas duas semanas. Assembleia realizada pela categoria na tarde desta terça-feira (28) definiu a continuidade do movimento grevista na capital mineira. Os trens vão continuar circulando apenas em regime de escala mínima, ou seja, somente nos horários de pico.

O presidente do Sindimetro-MG (Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais), Romeu José Machado Neto, conversou com a reportagem de O Tempo e contou o que motivou a decisão tomada pelos servidores. 

“Temos uma completa falta de interesse do governo federal em acabar com o movimento. Ele não abre canal de diálogo e sequer suspende os efeitos da resolução que pode gerar demissões”.

A resolução citada por Neto está relacionada com a privatização da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos). “Ela nos joga num limbo jurídico que só vamos saber o que vai acontecer conosco quando a empresa subsidiária for criada judicialmente”.

“Estaremos sujeitos a tudo que vier dela, inclusive demissão de funcionário, redução de salário e suspensão dos acordos trabalhistas”, enfatizou.

Metrô funcionará em regime de escala mínima

Uma nova assembleia está marcada para acontecer em 17 de janeiro. Até lá, o metrô vai circular somente em regime de escala mínima. 

Quem precisa utilizar o transporte deverá permanecer atento, pois as viagens vão acontecer nos seguintes horários: entre às 5h30 e às 10h, e das 16h30 às 20h. Nos demais não haverá viagens.

“A greve pode ser suspensa antes do dia 17, mas, para isso, o governo federal precisa nos procurar e abrir um canal de diálogo”, concluiu o presidente do Sindimetro-MG. 

O que diz a CBTU

A CBTU foi procurada pela reportagem e se posicionou destacando que “não cabe à companhia a decisão de suspender parcialmente a portaria que impulsiona o processo de privatização da empresa”. 

“Ressalta-se ainda que as negociações do Sindicato com o governo já estão em curso em procedimento de mediação junto ao Ministério Público do Trabalho, iniciada anteriormente à própria paralisação”.

A companhia destacou ainda a necessidade dos metroviários seguirem a decisão do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) com o funcionamento nos horários de pico. Caso isso não aconteça, multa de R$ 30 mil por dia será aplicada.