A Prefeitura de Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, confirmou um caso de febre oropouche em um mico sagui encontrado no último dia 30 de abril. Conforme o executivo municipal, a confirmação foi realizada  após análises laboratoriais conduzidas pela Fundação Ezequiel Dias (Funed). Os exames deram positivo para o vírus Oropouche (OROV), arbovírus transmitido principalmente por insetos como o maruim.

A prefeitura ainda esclareceu que os micos e outros primatas não humanos não transmitem a doença para as pessoas. “Eles atuam como sentinelas para a vigilância de doenças, ajudando a identificar a presença do vírus no ambiente. Portanto, não devem ser perseguidos, maltratados ou mortos”, informou em comunicado.

O executivo municipal ainda afirmou que as equipes de Agentes de Combate às Endemias (ACEs) estarão intensificando ações de vigilância entomológica e orientações à população nas regiões próximas ao local do caso confirmado.

O que é febre oropouche? 

A febre oropouche é uma doença causada por um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes). Ela é transmitida pelo mosquito Culicoides paraensis, conhecido popularmente como maruim ou mosquito-pólvora, ou pelo pernilongo. 

Existem dois tipos de ciclos de transmissão da doença:

Ciclo Silvestre: Nesse ciclo, os animais como bichos-preguiça e macacos são os hospedeiros do vírus. Alguns tipos de mosquitos, como o Coquilletti diavenezuelensis e o Aedes serratus, também podem carregar o vírus. O mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é considerado o principal transmissor.

Ciclo Urbano: Nesse ciclo, os humanos são os principais hospedeiros do vírus. O mosquito Culicoides paraenses também é o vetor principal. O mosquito Culex quinquefasciatus, o pernilongo comumente encontrado em ambientes urbanos, pode transmitir o vírus também.

Sintomas

Os sintomas da Febre do Oropouche são parecidos com os da dengue e da chikungunya: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia. 

Neste sentido, é importante que profissionais da área de vigilância em saúde sejam capazes de diferenciar essas doenças por meio de aspectos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais e orientar as ações de prevenção e controle.

Os sintomas costumam durar cerca de uma semana. Contudo, eles podem retornar depois de 7 a 14 dias após o início da manifestação da febre.

Tratamento 

Não existe tratamento específico. Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento médico.

Prevenção 

Recomenda-se:

  • Evitar áreas onde há muitos mosquitos, se possível.
  • Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente nas áreas expostas da pele.
  • Usar telas de malha fina em portas e janelas.
  • Manter a casa limpa, removendo possíveis criadouros de mosquitos, como água parada e folhas acumuladas.
  • Não deixar acumular folhas e frutos que caem no solo das casas, pois é convidativo aos mosquitos.
  • Se houver casos confirmados na sua região, seguir as orientações das autoridades de saúde local para reduzir o risco de transmissão, como medidas específicas de controle de mosquitos.
  • Em caso de sintomas suspeitos, procurar ajuda médica imediatamente e informar sobre sua exposição potencial à doença.

Fonte: Ministério da Saúde (MS)