FESTA DE ISRAEL

Festa de Israel, em sua 31ª edição, reúne comunidade e celebra cultura judaica em praça de BH

Evento celebrou 77 anos da independência de Israel com comidas típicas, danças, música e atividades para toda a família

Por Mariana Cavalcanti
Publicado em 25 de maio de 2025 | 14:42

Belo Horizonte recebeu, neste domingo (25 de maio), a 31ª edição da Festa de Israel, na Praça Estado de Israel, no bairro Magabeiras, região Centro-Sul de Belo Horizonte. Organizado pela Federação Israelita do Estado de Minas Gerais (Fisemg), o evento, que começou às 10h e tem previsão de término às 16h, celebra os 77 anos da independência do Estado de Israel, comemorada em 14 de maio. Segundo organizadores, o principal objetivo da festa é difundir a cultura e os costumes do povo judeu entre os moradores da capital mineira.

Com entrada gratuita e segurança reforçada com detectores de metal, a festa reuniu centenas de pessoas e contou com cerca de 20 barracas de entidades da comunidade judaica oferecendo comidas típicas, livros e objetos tradicionais. Houve apresentações de dança e música israelense, exibições de Krav Magá, além da participação de alunos da Escola Theodor Herzl, única escola judaica do estado. Crianças também puderam aproveitar brinquedos e oficinas em uma área reservada.

Segundo Paulo Dicker, presidente da FISEMG, o evento é uma oportunidade de integração entre a comunidade judaica e a sociedade mineira. “A festa é para congregar nossa comunidade, mas também para participar a comunidade mineira como um todo. Tem muitas pessoas que não são da comunidade judaica que estão aqui. É uma forma de mostrar que os judeus são pela paz, fazemos parte de Minas Gerais e saímos mais fortalecidos com esse evento”, disse.

Dicker explicou ainda que as barracas são mantidas por instituições judaicas que arrecadam fundos para suas próprias atividades. Para ele, o retorno da festa neste ano é especialmente simbólico, após a suspensão da edição anterior, devido à proximidade dos ataques do grupo terrorista Hamas, que ocorreram em outubro de 2023, durante um festival de música eletrônica que acontecia no Sul do país. Na época, cerca de 1,2 mil pessoas foram assassinadas e mais de 250 sequestradas, incluindo crianças, mulheres e idosos.

“Ano ado não realizamos a festa porque estávamos de luto pelos amigos e soldados que morreram nos ataques do Hamas. Não nos sentíamos à vontade para celebrar”, explicou Dicker.

O cônsul honorário de Israel em Belo Horizonte, Silvio Musman, também destacou a importância do evento para o relacionamento entre Minas Gerais e o Estado de Israel. “Essa festa é uma tradição da cidade, já acontece há mais de 30 anos e está no calendário oficial da Belotur. É um momento de celebrar a independência de Israel dentro de Minas Gerais, um estado que nos acolheu tão bem”, afirmou.

Alunos da Escola Theodor Herzl também participaram das celebrações. Rafael, de 12 anos, pediu para conversar com a reportagem e para destacar a importância histórica da festa: “É importante lembrar a luta que foi para os judeus terem um país só nosso”. Já Eduardo, também de 12 anos, contou que participa todos os anos: “A gente apresenta música e dança. É uma forma de comemorar a criação do Estado de Israel, que os judeus esperaram por mais de dois mil anos”.

Autoridades políticas presentes

Entre as autoridades presentes estavam a vereadora de Belo Horizonte Marcela Trópia (Novo), o senador Carlos Viana (Podemos) e o ex-deputado estadual João Leite (PSDB). A Prefeitura de Belo Horizonte foi representada pelo secretário municipal de Segurança Pública, Márcio Lobato Rodrigues, e o governo do estado por Silvia Caroline Listgarten Dias, secretária de Planejamento e Gestão de Minas Gerais.

Para o senador Carlos Viana, que é presidente da Comissão Parlamentar Brasil e Israel no Congresso Nacional, o Brasil deve preservar sua tradição de respeito à liberdade religiosa. “Não podemos perder isso em hipótese nenhuma. Israel é um país irmão, com laços históricos com o Brasil. Hoje é um dia para celebrar o respeito a todas as religiões e grupos, especialmente Israel”, disse. Ele lembrou ainda a criação do Dia da Amizade Brasil-Israel, em 12 de abril, e destacou o potencial de cooperação em tecnologia e comércio entre os dois países.

A vereadora Marcela Trópia também ressaltou a importância de manter viva a memória das vítimas do Holocausto e das dificuldades históricas enfrentadas pelo povo judeu. “Esses encontros mostram que a comunidade judaica está viva, resiliente. Temos que mostrar às novas gerações essas histórias para que não se repitam”, afirmou.

Já o deputado João Leite, afirmou ter um vínculo pessoal com Israel. “Desde os meus 20 anos, quando entreguei minha vida a Jesus, aprendi a amar Israel. Você vê aqui muitos cristãos que amam o povo judeu. A história de Israel está ligada à nossa história também, especialmente em Minas”, disse.