Justiça concede liberdade provisória a motorista de Porsche acusado de matar motoboy em SP
Juíza destacou que não houve tentativa de atrapalhar investigações; acusado deve cumprir medidas como tornozeleira e entrega de aporte
O Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu ontem, 30, liberdade provisória ao empresário Igor Ferreira Sauceda, de 28 anos, o motorista do Porsche amarelo acusado de atropelar e matar o motoboy Pedro Kaique Ventura Figueiredo, na madrugada do dia 29 de julho do ano ado. A defesa do acusado não comentou a decisão.
Igor Ferreira Sauceda estava preso há 10 meses e vai responder em liberdade, com uso de tornozeleira eletrônica, pelo crime de homicídio qualificado. Em decisão de ontem, 30, a juíza Isabel Begalli Rodriguez aceitou o pedido de habeas corpus da defesa. O alvará de soltura foi expedido no mesmo dia.
Ao revogar a prisão preventiva, a juíza entendeu que não ficou comprovado que o acusado tivesse comportamento ameaçador e que, em ocasiões anteriores, tenha utilizado o mesmo carro para intimidar desafetos.
Na decisão, a juíza escreve ainda que nenhuma das testemunhas disse ter sido intimidada ou ameaçada pelo réu ou por pessoas de seu convívio e que também não há notícia de que ele tenha tentado ocultar provas ou deixado de colaborar com a instrução processual.
"Pelo contrário, ao que se apurou até o momento, permaneceu no local dos fatos, deu sua versão à Autoridade Policial e não buscou prejudicar as investigações", destacou a magistrada.
Além de usar tornozeleira eletrônica, Igor Ferreira Sauceda terá que cumprir outras medidas cautelares, como comparecimento mensal à Justiça, suspensão de CNH, proibição de se ausentar do País, devendo entregar seu aporte à Justiça, e proibição de se ausentar da comarca em que o crime é julgado por mais de oito dias sem comunicação prévia.
Relembre o caso
O crime aconteceu na Avenida Interlagos, zona sul da capital paulista. Segundo o delegado do 48.° DP, Edilson Correia de Lima, que investigou o caso, o empresário teria tido um "ataque de fúria" durante uma briga de trânsito. De acordo declaração do delegado à época, Sauceda assumiu a intenção de matar quando acelerou o carro e perseguiu o motociclista, embora não tenha tido motivação premeditada. O teste de bafômetro de Sauceda deu negativo.
Em seu depoimento, Sauceda disse que o motociclista teria colidido lateralmente com o seu carro, quebrado o seu retrovisor, e fugido em seguida.
Laudo produzido pelo Instituto de Criminalística, da Superintendência da Polícia Técnico-Científica concluiu que o Porsche amarelo que estava sendo conduzido pelo empresário estava a uma velocidade de 102,375 km/h no momento da colisão. O limite de velocidade na Avenida Interlagos é de 50 km/h.
A vítima Pedro Kaique Ventura Figueiredo chegou a ser socorrida, mas não resistiu ao ferimentos. Figueiredo trabalhava como entregador, deixou um filho de três anos e a esposa com quem havia acabo de se casar.