Futebol, não tem jeito, é bola na casinha — e resultados. O melhor antídoto para afastar crises é vencer. E também convencer. O Cruzeiro tem conseguido aliar esses fatores. O time, a cada jogo, apresenta evoluções significativas e é difícil apontar a importância absoluta de uma única peça para justificar o momento, porque o conjunto está em crescimento. Quando todo o time gira na mesma rotação, todos se beneficiam, criando até mesmo um ambiente para que peças, antes questionadas, se encontrem. A força do coletivo.
Observe a segurança de Cássio. Era nítido no início da temporada que a desconfiança vinha o privando de executar o seu melhor, além do próprio esquema de jogo que o imputava a fazer movimentos que fugiam de suas características. Mas o crescimento atual da equipe devolveu ao gigante essa tranquilidade. E, de fato, esta fase positiva a também pelas mãos do goleiro — quem não se lembra da atuação sólida na vitória sobre o Vasco em Uberlândia? Um ponto de virada.
Não sabemos qual é de fato a posição de Christian, mas sabemos que ele estará lá, fazendo o balanço entre a defesa e o ataque. Outro grande exemplo do momento.
Não podemos nos enganar ao ponto de acharmos que tudo está exatamente nos conformes, pois a acomodação mata os processos. Mas o Cruzeiro de Leonardo Jardim dá bons sinais de competitividade. Foi um o importantíssimo dar as chaves da Toca para o português que, com sua experiência, pode conduzir o time às reformas necessárias para a construção de um projeto vencedor.
Pois falávamos desde o início que não era necessário apenas dinheiro. Era preciso uma mudança de mentalidade dentro do futebol celeste, trazendo conceitos que realmente tragam mudanças profundas em termos profissionais.
Não é um devaneio ou um deslumbramento com o Mister. É ter a certeza de que suas credenciais o colocam em um patamar de pensar o futebol de uma forma que não estamos acostumados a ver. É também uma questão de aprendizado. E o Cruzeiro, depois de tudo o que ou, precisa definitivamente ser um clube diferente.